sábado, 31 de março de 2018

Crise de 1929 (3º colegial)



O dia 24 de outubro de 1929 se tornou o mais sombrio da história do capitalismo. Os EUA apresentavam grande crescimento econômico durante e após a 1º Guerra Mundial. Durante o conflito, as industrias americanas passaram a aumentar a sua produção para suprir as necessidades internas e também dos países da Tríplice Entente envolvidos na Guerra, principalmente Inglaterra e França. Este aumento na produção, unido com a euforia do American Way of Life (estilo de vida americano) que incentivava o consumo, levou ao que se chama bolha econômica. A especulação na bolsa de valores, estimulada pelo crescimento das consumo no pós guerra, fez com que o valor das empresas se tornassem maiores do que na realidade o eram. 

Este clima de crescimento desenfreado começa a sofrer abalos com a diminuição das exportações no pós guerra devido a reconstrução da economia inglesa e francesa. Com a queda do consumo, fora necessário diminuir a produção, o que significa demissões. Esta medida gerou um efeito em cadeia, pois gradativamente fez com que o consumo interno também entrasse em queda. Com as demissões em massa, os valores das ações entraram em queda vertiginosa, e a lei da oferta e da procura intensificou o processo. O "crash" da bolsa de valores significou a falência de milhares de empresas americanas e um desemprego desenfreado. Esta crise afetou os bancos e a produção alimentícia, e devido às conexões comerciais, se espalhou por quase todo o globo, tornando-se a maior crise do capitalismo.

O governo do presidente Franklin Delano Roosevelt implantou o New Deal, um plano econômico que buscava recuperar a economia americana. Através da criação de estatais e gastos públicos, a população voltou a ter emprego e capacidade de consumo. O processo de resgate das empresas contou com empréstimos monitorados, que possibilitou que posteriormente fossem gerados empregos para a população. A crise foi superada anos depois, mas estimulou o crescimento de regimes totalitários na Europa e a ascensão do nazi-fascismo.

Colonização de exploração e povoamento (2º colegial)



Uma colônia se denomina por um território dominado/encontrado por um reino/país que passa a ser caracterizado como a metrópole. O objetivo dado a uma colônia ao longo da história foi de gerar riqueza a sua metrópole. Desta forma, o desejo inicial sempre foi de se implantar uma colonização de exploração, como o ocorrido no Brasil e na América espanhola.

A colonização de exploração se caracteriza pela formação de latifúndios (grandes propriedades de terras), monocultura com propósito de exportação, e do uso do trabalho escravo. Usando o Brasil como exemplo, a metrópole Portugal inicialmente buscava metais preciosos, mas com sua ausência, a extração do pau brasil serviu inicialmente aos interesses comerciais. Após esta etapa da extração da madeira, foi implantado o cultivo da cana de açúcar no nordeste, servindo aos propósitos da metrópole. Vale lembrar que na relação colônia e metrópole é implantado o pacto colonial, que provoca um monopólio comercial. Desta forma a colônia só pode comercializar com a metrópole, o que proporciona grandes benefícios através do lucro.

A colonização de povoamento foi implantada na região norte da América pela Inglaterra. Devido ao clima e a ausência inicial de metais preciosos, tornou-se inviável a implantação de uma colonia de exploração. Desta forma, o objetivo passou a ser povoar o território conquistado, com o intuito de protege-lo de novos invasores. Em uma colônia de povoamento se tem a formação de minifúndios (pequenas propriedades de terras), policultura para consumo interno e o uso do trabalho familiar. Os colonos geralmente eram formados por pessoas que buscavam recomeçar a sua vida, seja por perseguições religiosas, dividas ou crimes cometidos.

Formação das Monarquias Absolutistas (2º colegial)



Ao longo da história antiga, diversos governantes alcançaram o status de uma autoridade suprema. Entretanto este poder geralmente era alcançado pela crença de que se tratava de uma encarnação divina, ou que o mesmo fosse escolhido pelos deuses. Como exemplo podemos citar os faraós no antigo Egito, ou até o título de Augusto dado aos imperadores romanos, que lhe davam a idéia de sagrado.

Entretanto, ao longo do período medieval, os reis na maioria das vezes se caracterizaram apenas por um poder local, alcançado através das alianças e laços de suserania e vassalagem. Este padrão irá sofrer mudanças ao longo da idade moderna, quando o surgimento da burguesia proporcionará a ascensão dos reis absolutos. 

A burguesia mercantil, com seu desejo de ampliar seus negócios, barravam na falta de padronização de medidas, impostos e leis que frequentemente eram adotadas nas regiões dominadas pelos nobres. Estes fatores estimularam o apoio a um soberano capaz de impor normas em todas as terras do reino, facilitando a expansão do comércio. Por sua vez, a nobreza queria manter seus privilégios e terras, e a aliança com um monarca superior se tornava fundamental. Com o recolhimento de impostos, foi possível a formação de um exército real permanente. Este exército substituiria as tropas da nobreza e serviria para defender a todos dentro de um reino. Gradativamente, este fator passa a contribuir para a formação de uma monarquia absolutista.

Para completar esta ascensão, seria necessário o apoio dos servos e camponeses. Este apoio desta vez não será caracterizado pela fé, e sim pela razão que será moldada por teóricos como Thomas Hobbes. Em seu livro O leviatã, Hobbes exalta que o homem é naturalmente violento, e que a ausência de um Estado (Governo, Rei) o levaria a barbárie. Desta forma, o povo iria limitar sua liberdade e aceitar o poder supremo de um governante pois isso lhe aumentaria a segurança. Esta troca, ou contrato social, elevaria os reis a patamares absolutos, impondo regras e limites ao restante da sociedade.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

América Pré-colombiana (1º colegial)

A América Pré-colombiana é o estudo da América e seus moradores antes da chegada dos Europeus (Cristóvão Colombo). Existe uma estimativa entre os historiadores de que a América possuía aproximadamente de 20 milhões de nativos (alguns trabalham com a possibilidade de serem 80 milhões!). Estes nativos (ameríndios) possuíam organização cultural, social e econômica totalmente diferentes uns dos outros, apresentando grande diferenciação tecnológica. 

Podemos diferenciar as sociedades da América Pré-colombiana entre Nômades e Sedentários (também existem os semi-nômades, que estão em estágio de transição). As tribos de características nômades vivem da retirada de alimentos da natureza através da caça, pesca e coleta. Este modo de vida impossibilita a permanência da tribo no mesmo local. Quando o alimento começa a se tornar escasso, torna-se necessário a migração para outra região. A grande maioria das tribos da América eram nômades, entre elas temos como exemplo os Guaranis, Tupis, Inuitis, Botocudos, Jes, Sioux, etc.
As tribos sedentárias possuíam um estágio de desenvolvimento maior e se fixavam no território, pois já haviam desenvolvido o plantio e a criação de animais. Com a produção de seu próprio alimento, estes povos disponibilizaram de tempo, que passou a ser aproveitado para o conhecimento e desenvolvimento. Existiram três tribos neste estágio: Astecas, Maias e Incas.

ASTECAS





Os Astecas habitavam a atual capital do México entre os séculos XIV e XVI. Estavam organizados em torno do Imperador, que era tratado como um Deus. Possuíam vários deuses que possuíam ligações com elementos da natureza. Criaram a capital do seu império chamada Tenochtitlán (Atual cidade do méxico) e aproximadamente 500 cidades, com uma população que pode ter chegado a cerca de 15 milhões!. Sua organização agrícola possibilitou a criação de ilhas artificiais em lagos para aumentar sua capacidade de cultivo. 

Foram responsáveis pela criação de diversas pirâmides que eram usadas para rituais religiosos que incluíam sacrifícios humanos. Entre estas pirâmides está a pirâmide da lua na cidade de Teotihuacan, a segunda em altura do mundo.



MAIAS



Os Maias habitavam entre o sul do México e a Guatemala. Este povo que também era politeísta e viviam do plantio do milho, teve grande desenvolvimento na astronomia e matemática. Construíram diversas piramides e observatórios usados para a análise dos planetas. Através destes estudos desenvolveram um detalhado calendário que era capaz de prever eclipses e fora datado até 2012. Sua matemática inventou as casas decimais e o valor zero. Entre suas construções, destaca-se a pirâmide de Chichén Itzá, considerada uma das 7 maravilhas do mundo moderno.











INCAS

Os Incas formaram um império que se estendeu pelas montanhas nas regiões do Peru, Chile, Equador e Bolívia. Possuíam significativo sistema de estradas e tinham como deus principal Inti (sol). Tiveram significativo desenvolvimento na engenharia, pois diferentemente dos Astecas e Maias, não possuíam nenhuma massa similar a cimento e viviam em uma região de grande atividade sísmica. Suas construções eram feitas com rochas (que chegavam a mais de 1 tonelada) que eram moldadas para que se encaixassem. Esta atividade se torna ainda mais surpreendente devido à inexistência de materiais feitos de ferro. As rochas moldadas e encaixadas eram resistentes aos abalos sísmicos e muitas de suas construções permanecem até os dias de hoje. Como exemplo temos a cidade de Machu Picchu (também uma das 7 maravilhas do mundo moderno) que está localizada a cerca de 2800 metros do nível do mar. 

Em várias de suas cidades, existia um complexo sistema de esgoto, e para conseguir o cultivo de alimentos, moldavam as montanhas em terraços gigantescos, tornando possível o plantio do alimento.


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Farroupilha 1835-1845 (2° colegial)


A farroupilha ou guerra dos farrapos foi um dos maiores levantes da história do Brasil e ocorreu na região sul, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul era o principal criador de gado do Brasil, e era responsável pelo abastecimendo da região das minas gerais com carne seca e charque. Entretanto, a política de indicação dos governadores levou ao aumento dos impostos sobre a carne gaucha que provocou dificuldades na concorrência com a carne argentina que sofria menos impostos. Após tentativas fracassadas de acordo com o governo regêncial, os fazendeiros gaúchos iniciaram o levante com a participação dos populares e dos escravos, que receberiam a liberdade em caso de vitória.
A farroupilha recebeu este nome devido aos trajes dos integrantes de seu exército. O principal nome da liderança dos farrapos era o fazendeiro Bento Gonçalves que conseguiu levar à separação a província em 1837, e a fundação da República Rio Grandense. O governo brasileiro conseguiu recuperar o território em seguida, mas a insistência dos farrapos levou a nova separação e a fundação da República do Piratiní. Bento Gonçalves foi escolhido para ser o primeiro presidente, mas após emboscada do exército brasileiro, foi preso e enviado para a prisão em Salvador. Com o advento da Sabinada, Bento Gonçalves consegue se libertar e retornar à república do Piratiní, sendo nomeado presidente.
Outro nome importante foi o italiano Giuseppe Garibaldi. Fugitivo de seu país, onde lutou pela unificação, acabou se unindo ao levante farroupilha alcançando cargos importantes e fundamental na formação de uma marinha e na defesa do território. Sua atuação incentivou o levante em Santa Catarina que em 1838 se separou do Brasil e fundou a República Juliana. A reação governamental se deu através da atuação do exército brasileiro liderado por Duque de Caxias. Após recuperar Santa Catarina, venceu com grande esforço a batalha do piratiní, mas não conseguiu acabar com os farroupilhas. O fim do levante só se deu após o golpe da maioridade que levou a coroação de Dom Pedro II com apenas 14 anos. A intervenção do monarca possibilitou um acordo com os farrapos, no qual o governo iria passar a cobrar impostos sobre a carne argentina, os escravos que lutaram no conflito ganhariam a liberdades e todos os presos seriam libertados. Desta forma, o Rio Grande do Sul voltou a ser um território brasileiro.

Sabinada 1837-1838 (2° colegial)



A Sabinada foi um movimento ocorrido no estado da Bahia e envolveu profissionais liberais e a classe média. Recebeu este nome devido a liderança do médico Francisco Sabino. A insatisfação com a presença do governador indicado pela regência e principalmente devido a convocação obrigatória feita pelo exército brasileiro levou ao levante que se espalhou de Salvador para o restante do Estado. A dificuldade em se chegar a uma definição sobre a separação da Bahia levou os sabinos a decretarem a autônomia do território. Desta forma, se mostravam contrários ao controle regêncial e dos governantes indicados por estes, e portanto queriam a autonômia até a coroação de Dom Pedro II, quando voltariam a integrar ao reino. O levante foi controlado com a chegada do exército brasileiro, gerando cerca de 2 mil mortes e 3 mil presos.

Balaiada 1838-1841 (2° colegial)


O Maranhão passava por forte crise econômica devido ao declínio do comércio do algodão após a independência americana. A miséria e o descontentamento se espalhava pela população, e além da insatisfação com a indicação do governador pelo regente, a convocação obrigatória pelo exército gerou um clima de tensão por todo o estado.
A balaiada foi uma revolta que contou com a participação de varios grupos sociais insatisfeitos. A elite urbana usava o jornal O Bem Te Vi como forma de criticar o governo e incitar a população ao levante. O movimento recebeu o nome balaiada devido ao artesão Manuel dos Anjos, conhecido por Manuel balaio. Após seus filhos serem convocados para o exército o mesmo passou a ser um dos líderes das camadas populares contra o governo regêncial. Outro grupo se formou sob a liderança do vaqueiro Raimundo Gomes, o "cara preta", após seu ataque a uma delegacia para libertar seu irmão. Além destes grupos, outro importante foi o grupo de escravos quilombolas liderados por Preto Cosme, que chegou a contar com 3 mil integrantes.
Embora tenha alcançado apoio de diversas camadas da sociedade, a balaiada não possuia uma liderança e um objetivo unificador, e por este motivo, o exército brasileiro conseguiu controlá-la através da atuação do Barão de Caxias.