quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Farroupilha 1835-1845 (2° colegial)


A farroupilha ou guerra dos farrapos foi um dos maiores levantes da história do Brasil e ocorreu na região sul, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul era o principal criador de gado do Brasil, e era responsável pelo abastecimendo da região das minas gerais com carne seca e charque. Entretanto, a política de indicação dos governadores levou ao aumento dos impostos sobre a carne gaucha que provocou dificuldades na concorrência com a carne argentina que sofria menos impostos. Após tentativas fracassadas de acordo com o governo regêncial, os fazendeiros gaúchos iniciaram o levante com a participação dos populares e dos escravos, que receberiam a liberdade em caso de vitória.
A farroupilha recebeu este nome devido aos trajes dos integrantes de seu exército. O principal nome da liderança dos farrapos era o fazendeiro Bento Gonçalves que conseguiu levar à separação a província em 1837, e a fundação da República Rio Grandense. O governo brasileiro conseguiu recuperar o território em seguida, mas a insistência dos farrapos levou a nova separação e a fundação da República do Piratiní. Bento Gonçalves foi escolhido para ser o primeiro presidente, mas após emboscada do exército brasileiro, foi preso e enviado para a prisão em Salvador. Com o advento da Sabinada, Bento Gonçalves consegue se libertar e retornar à república do Piratiní, sendo nomeado presidente.
Outro nome importante foi o italiano Giuseppe Garibaldi. Fugitivo de seu país, onde lutou pela unificação, acabou se unindo ao levante farroupilha alcançando cargos importantes e fundamental na formação de uma marinha e na defesa do território. Sua atuação incentivou o levante em Santa Catarina que em 1838 se separou do Brasil e fundou a República Juliana. A reação governamental se deu através da atuação do exército brasileiro liderado por Duque de Caxias. Após recuperar Santa Catarina, venceu com grande esforço a batalha do piratiní, mas não conseguiu acabar com os farroupilhas. O fim do levante só se deu após o golpe da maioridade que levou a coroação de Dom Pedro II com apenas 14 anos. A intervenção do monarca possibilitou um acordo com os farrapos, no qual o governo iria passar a cobrar impostos sobre a carne argentina, os escravos que lutaram no conflito ganhariam a liberdades e todos os presos seriam libertados. Desta forma, o Rio Grande do Sul voltou a ser um território brasileiro.

Sabinada 1837-1838 (2° colegial)



A Sabinada foi um movimento ocorrido no estado da Bahia e envolveu profissionais liberais e a classe média. Recebeu este nome devido a liderança do médico Francisco Sabino. A insatisfação com a presença do governador indicado pela regência e principalmente devido a convocação obrigatória feita pelo exército brasileiro levou ao levante que se espalhou de Salvador para o restante do Estado. A dificuldade em se chegar a uma definição sobre a separação da Bahia levou os sabinos a decretarem a autônomia do território. Desta forma, se mostravam contrários ao controle regêncial e dos governantes indicados por estes, e portanto queriam a autonômia até a coroação de Dom Pedro II, quando voltariam a integrar ao reino. O levante foi controlado com a chegada do exército brasileiro, gerando cerca de 2 mil mortes e 3 mil presos.

Balaiada 1838-1841 (2° colegial)


O Maranhão passava por forte crise econômica devido ao declínio do comércio do algodão após a independência americana. A miséria e o descontentamento se espalhava pela população, e além da insatisfação com a indicação do governador pelo regente, a convocação obrigatória pelo exército gerou um clima de tensão por todo o estado.
A balaiada foi uma revolta que contou com a participação de varios grupos sociais insatisfeitos. A elite urbana usava o jornal O Bem Te Vi como forma de criticar o governo e incitar a população ao levante. O movimento recebeu o nome balaiada devido ao artesão Manuel dos Anjos, conhecido por Manuel balaio. Após seus filhos serem convocados para o exército o mesmo passou a ser um dos líderes das camadas populares contra o governo regêncial. Outro grupo se formou sob a liderança do vaqueiro Raimundo Gomes, o "cara preta", após seu ataque a uma delegacia para libertar seu irmão. Além destes grupos, outro importante foi o grupo de escravos quilombolas liderados por Preto Cosme, que chegou a contar com 3 mil integrantes.
Embora tenha alcançado apoio de diversas camadas da sociedade, a balaiada não possuia uma liderança e um objetivo unificador, e por este motivo, o exército brasileiro conseguiu controlá-la através da atuação do Barão de Caxias.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cabanagem 1835-1840 (2° colegial)


A revolta da Cabanagem foi um grande levante armado ocorrido no antigo estado do Grão-Pará. Grande parte da população estava no nível da pobreza e por morarem em cabanas a beira dos rios, eram chamados de Cabanos. A indicação do governador Lobo de Souza pelo regente Feijó gerou grande insatisfação na população do estado e gerou a união de fazendeiros, pequenos proprietários e cabanos. A revolta levou a tomada do palácio do governador na capital Belém do Pará e a execução de Lobo de Souza. 
O primeiro governador cabano foi o fazendeiro Félix Malcher. As divergências perante os objetivos da revolta ficaram claras durante seu governo. Seu interesse em acabar com a revolta e dialogar com o governo de regente feijó foi o principal motivo de ser tratado como traidor e executado. Com a morte de Félix Malcher, sobe ao poder o segundo governador cabano, Francisco Vinagre. O terceiro governador cabano viria da camada popular, com a nomeação de Eduardo Angelim. Seu governo sofreu com as violentas investidas do exército brasileiro que levaram a uma estimativa de 40 mil mortos, pondo fim ao levante popular.

Revolta dos Malês 1835 (2° colegial)


A interessante revolta dos Malês ocorreu em Salvador e tem como grupo revoltoso os escravos de religião islâmica. Revoltados com a obrigação de conversão ao catolicismo e com a escravidão, estes escravos que também eram escravos de ganho (capazes de acumular dinheiro através do comércio) organizaram uma revolta com o intúito de dominar Salvador e servir de inspiração para que os escravos do resto da Bahia continuasse a revolta. Pretendiam transformar a Bahia em uma República Islâmica sem a escravidão negra. 

Para alcançar este objetivo acumularam armas e pretendiam invadir a delegacia e libertar um dos lideres dos escravos, Pacífico Licutan, que serviria para ajudar no convêncimento dos outros escravos na adesão à revolta. Entretanto o plano foi denunciado e uma emboscada surpreendeu os revoltosos. A perseguição atravessou a madrugada do dia 25 de janeiro de 1835 e os revoltosos foram capturados e executados.

Abdicação de Dom Pedro I e inicio do período regêncial (2° colegial)


O reinado de Dom Pedro I gerou muita insatisfação na população brasileira. As divergências começaram com a criação da nova constituição, que tinha como base os três poderes (legislativo, executivo e judiciário) mas que recebeu a adição de um quarto poder que ficava na mão do monarca, o poder moderador. Este poder lhe dava possibilidade de intervir em todos os outros poderes, legitimando desta forma um poder absoluto na mão do Rei. Junta-se a este fator o surgimento de revoltas e processos de separação, como a confederação do equador no nordeste e principalmente a guerra da Cisplatina que levou à perda deste território e a criação do Uruguai. 
O ponto crucial para a abdicação aconteceu no Rio de Janeiro em um grande conflito entre apoiadores e opositores do monarca na chamada Noite das Garrafadas. Após este conflito no centro da capital Dom Pedro I abdicou o trono e retornou a Portugal.

Ao deixar o país, Dom Pedro I deixou seu filho Dom Pedro de Alcântara como sucessor ao trono, que na época possuía apenas 5 anos, e portanto estava incapacitado de assumir o cargo. Perante esta situação foi criádo um governo regêncial que inicialmente era formado por 3 integrantes mas que posteriormente ficou na mão de apenas uma pessoa. O primeiro regente foi Diogo Feijó que tinha a responsabilidade de manter o país estável para entregá-lo a Dom Pedro de Alcântara quando este chegasse aos 18 anos. Para isso, estava proíbido iniciar guerras, anular leis e distribuir títulos de nobreza. Em seu governo, o regênte foi responsável pelo aumento dos poderes dos governadores que passaram a ser indicados pelo próprio regente. Esta situação gerou muita insatisfação nos estados e provocou o início das revoltas do período regêncial.