sábado, 23 de março de 2013

O perigo do fanatismo religioso


A tempos venho acompanhando o declínio de uma das poucas coisas que nossa constituição carrega de positiva, o principio da Laicidade. Um Estado Laico compreende uma separação entre Religião e estado. Este princípio, serve como garantia e liberdade religiosa para todos, sem que um grupo que esteja no poder possa perseguir, prejudicar ou eliminar outros grupos de minoria e fé contrárias. Este principio começou a ser ignorado inicialmente quando salas do congresso começaram a ser usadas para cultos religiosos particulares, entretanto, o que vem acontecendo ultimamente é o que mais me intriga.

Pela linearidade histórica, a religião sempre caminhou lado a lado com a ignorância da população. Normalmente, são as pessoas de classes humildes, com pouca instrução e passando por mazelas que são os alvos. Esta fragilidade pessoal gera a possibilidade para que aproveitadores com boa lábia possam se promover e manipular a população. Durante o terceiro Reich e o surgimento nazista na Alemanha, o país passava por grandes dificuldades economicas geradas pelo Tratado de Versalhes. O nazismo, de característica extremamente nacionalista e com princípios de superioridade racial foi aceito como solução para uma população em desespero. A consequencia disso tudo já sabemos. Mas como assim? Você vai comparar o deputado Marcos Feliciano com o nazismo do Terceiro Reich?? Sim e não. A questão levantada aqui é muito mais de de carater reflexivo. Os eventos até aqui não aconteceram, e pode ser até que nem venham a acontecer, entretanto, o quadro atual, de crescimento de um fanatismo religioso na população empobrecida, ligado a líderes que claramente apresentam condutas de diferenciação, racial, social e religiosa, pode ser um sinal de alerta de quão racional nossa população possa estar deixando de ser. A fala de Marcos Feliciano e Bossonaro relativo a afrodescendentes e homosexuais, ecoando na cabeça de milhões de pessoas que de forma fanática é associado entre certo e errado, pode levar a um processo de perseguição e divisão social, vista apenas no período da escravidão.

Ser cristão ou não, o que importa e deveria estar presente na mente das pessoas é o seu príncipio de racionalidade social. O erro está em seguir pessoas de olhos vendados, a capacidade esta dentro de cada um... o povo alemão, a tempos se pune pela cumplicidade da maior barbárie do século XX.

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