domingo, 16 de março de 2014

Reforma Protestante (2° colegial)


O século XVI conheceu profundas mudanças em sua estrutura social e política. Desde a idade média a Igreja Católica mantinha o monopólio da fé na Europa e este poder lhe proporcionou o controle da informação. Se por um lado este controle lhe dava a capacidade de manipular as classes, principalmente a mais baixa, também deixava claro a perda de sua identidade inicial, exemplificado pelos gastos excessivos com luxo e preocupações materiais. Esta busca de riqueza e poder gerou diversas quebras das regras religiosas, como o celibato, além da venda de cargos, que "capacitava" como padres, pessoas que não possuiam capacidade de realizar uma missa.

A insatisfação popular crescia nas regiões mais distantes de Roma (sede da Igreja Católica) e era intensificada pelo crescimento da burguesia, que se sentia prejudicada pelo fato da Igreja condenar seu trabalho baseado no lucro e o juros. Soma-se aos descontentes os Reis que não concordavam com as constantes interferências da Igreja nos assuntos políticos. Todos estes fatores são reflexos do Renascimento que intensificou o conhecimento baseado na ciência, e que começava a questionar as verdades repassadas pela Igreja.

É neste cenário que aparece a figura do monge alemão Martinho Lutero. Insatisfeito com os atos da Igreja, como venda de indulgências, uso das relíquias religiosas e imagens e a venda de cargos religiosos, criou as 95 teses que foi anexada na entrada da Igreja de Wittenberg. Reformador inicialmente, Lutero criticava a doutrina católica de que a salvação viria pelos atos, o que legalizava a venda de indulgências, no sentido de que o fiel estaria contribuindo para a Igreja do senhor, e propunha que a salvação viria pela fé. 

Foi convocado em 1521 por Carlos V e pela Igreja católica para revogar as 95 teses. Por não negar seus escritos, passou a ser perseguido, mas foi protegido por príncipes (nobres) alemães que se interessavam nos seus escritos por minimizar o poder da Igreja Católica. Durante esta proteção, conhecida como Dieta de Worms, Lutero traduziu a Bíblia que exclusivamente circulava em Latim (lingua da Igreja), para o Alemão, tornando possível que pessoas comuns tivessem acesso as escrituras. Lutero foi excomungado e criou a Igreja Luterana na Alemanha, acabando com o monopólio da Igreja Católica na Europa, sendo seguido por João Calvino na França e o Rei Henrique VIII e a criação da Igreja Anglicana na Inglaterra.

A Reforma Protestante gerou grandes prejuízos à Igreja Católica com a perda de fiéis e o avanço do protestantismo. Para evitar novas perdas e manter o poder da Igreja foram definidas novas estratégias durante o Concílio de Trento. Dentre as mudanças, ficaram definidas a catequização dos habitantes das terras descobertas fora da Europa (colonização da América), reforma e intensificação da Santa Inquisição nas regiões controladas pela Igreja Católica, criação de um índice de livros proibidos e proibição de vendas de cargos religiosos. Estas mudanças da Igreja Católica ficaram conhecidas como Contra-reforma religiosa.

Um comentário:

  1. , que "capacitava" como padres, pessoas que não possuiam capacidade de realizar uma missa. Como Dieta

    ResponderExcluir