quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Chegada da família Real ao Brasil - 1808 (2° colegial)


Durante a Guerra Napolêonica e o Bloqueio Continental implantado pela França, a pressão aos países europeus para que não mantivessem relações comerciais com a Inglaterra recaiu de forma drástica sobre Portugal. Perante a possibilidade de sofrer com o bloqueio continental, a Inglaterra pressionou Portugal (grande parceiro comercial) a manter as relações comerciais, sob o risco de ter sua colônia Brasil invadida para que os ingleses conseguissem financiar a guerra. 
A decisão deste dilema ficou na mão do Príncipe Regente D. João que foi elevado a este cargo devido aos problemas psicológicos que aflingia sua mãe, a Rainha D. Maria I. Sob o risco de perder sua colônia ou ter seu reino invadido, D. João organiza com os ingleses a transferência de toda a corte portuguesa para o Brasil, deixando a população portuguesa a mercê da invasão das tropas francesas.
Em 1808, cerca de aproximadamente 15 mil pessoas deixam a Europa em direção a colônia. Por ser uma colônia, a função do Brasil era gerar recursos para a metrópole através da extração mineral, extração vegetal, impostos e o monopólio comercial. O monopólio comercial fazia parte do pacto colonial entre Metrópole e colônia e impunha que a colônia não poderia ter o desenvolvimento de indústrias e restringia seu comércio apenas com a metrópole (monopólio), gerando enormes vantagens. Com a invasão de Portugal por Napoleão, o primeiro ato de D.João ao chegar na Bahia foi decretar a Abertura dos Portos, que eliminava o Monopólio comercial e liberava a compra e venda de nações consideradas amigas. Com o propósito de ajudar a Inglaterra na guerra contra Napoleão, os produtos ingleses pagavam menos impostos para entrar no Brasil (15%) se comparado aos produtos que vinham de outros países (24%).
A chegada da família Real proporcionou a elevação da colônia à capital do império português. Grandes investimentos foram feitos na educação e saúdes, e os recursos trazidos pela corte foram usados na construção de teatros, casas de ópera, jardins e calçamentos, que podem ser conferidos através das obras de Debret. 
A derrota de Napoleão em 1815 tornou Portugal um reino livre novamente, e a demora no retorno de D. João provocou a Revolução Liberal do Porto e a reinvidicação de uma monarquia constitucional. Perante o risco de perder seu trono, D. João VI retorna para Portugal em 1821, deixando seu filho D. Pedro como Príncipe Regente da colônia.