sexta-feira, 9 de maio de 2014

Revolução Francesa (2° colegial)



A França do século XVIII apresentava grande injustiça social. Governada por Luis XVI, ainda apresentava a divisão social que remetia ao período medieval, tendo o 1° Estado formado pelo Clero, o 2° Estado pela nobreza e o 3° Estado sendo composto pela Alta Burguesia, Pequena Burguesia, Servos e camponeses. As diferenças entre os estados eram gritantes e apenas o 3° era responsável pelo pagamento de impostos que mantinham o luxo dos restantes.
A economia francesa passava por grande crise, consequência dos gastos com a Guerra dos Sete Anos e a Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, ambas contra os ingleses. Além deste fator grandes secas e variações climáticas geravam escassez de alimentos e aumento dos preços que atingiam principalmente a camada mais pobre. Contribuiu ainda para a indignação popular os ideais iluministas que se espalhavam por toda a França.
Com a intenção de contornar a crise, o rei absolutista Luis XVI convocou a Assembleia dos Notáveis, composta pelo 1° e 2° Estado, com a intenção de convencê-los a contribuírem com a arrecadação de impostos, que foi rejeitada. Por sugestão de seu ministro Jacques Necker, Luis XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais que não era reunida desde 1614 contando com todos os estados, com a intenção de aumentar os impostos do 3° Estado. A tentativa da Nobreza e do Clero de que a votação fosse por estado e não de forma individual (que favorecia o 3° estado) fez com que o terceiro estado se revoltasse e saísse da Assembleia dos Estados Gerais, se reorganizando no salão de jogos do Palácio de Versalhes onde se declararam Assembleia Nacional e posteriormente Assembleia constituinte.
Com a frase “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, estoura em 14 de julho de 1789 a Revolução Francesa com a população miserável, também conhecidos como Sans-culottes, tomando as ruas de Paris. A tomada da prisão da Bastilha representou a queda de um dos maiores símbolos da repressão de Luis XVI. A perseguição a clérigos e a nobres levaram vários a serem executados, casas e templos queimados e fugas. Este período ficou conhecido como Fase do Medo. Durante este período, a Assembléia Nacional criou a Constituição francesa que foi responsável pela diminuição dos poderes absolutos do Rei. Também foi responsável pela criação da Declaração dos Direitos Humanos, que entre outras coisas definia o direito à propriedade individual e a igualdade entre os cidadãos, eliminando as diferenciações que favoreciam a nobreza. Em 1790 foram também responsáveis pela criação da Constituição Civíl do Clero, que confiscou as propriedades da Igreja e tornou todos os clérigos civis.
Estas mudanças reestruturaram a sociedade francesa. O rei agora deveria seguir a constituição. Com a ausência do Clero e da Nobreza, assumiu o controle a Alta Burguesia, também conhecidos como Girondinos, sendo seguidos pela Pequena Burguesia, conhecida como Jacobinos, e na base da sociedade, permaneciam os sans-culottes. A intenção dos girondinos de permanecerem no poder e estancar os revolucionários mais radicais levou a França a iniciar o conflito contra a Austria, principal local de destino dos nobres que fugiram da massa enraivecida. Após um início desastroso, a França sob a tutela do jovem oficial Napoleão Bonaparte e a participação dos sans-culottes, venceu a Áustria. Criou-se o comitê de salvação pública e iniciou-se a execução dos girondinos traidores e inclusive do Rei Luis XVI e da Rainha Maria Antonieta, o que fez com que a França deixasse de ser uma monarquia e passasse a ser uma República. Termina a fase do medo, e inicia-se a fase em que os Jacobinos irão assumir o controle da França.
O período em que o governo foi assumido pelos Jacobinos ficou conhecido como Fase do Terror devido a radicalidade que a revolução tomou. Pessoas que divergiam de suas propostas e traidores eram julgados de forma relâmpago e executados na guilhotina. Liderado por Robespierre, o governo perdeu o controle. As execuções arbitrárias de diversos grupos diferentes levaram inclusive à morte do grande líder jacobino Robert Danton. O calendário cristão foi substituído pelo calendário da Revolução com o intuito de diminuir o poder da Igreja. Entretanto, estas atitudes levaram ao afastamento do apoio dos sans-culottes à revolução. Sem o apoio das camadas pobres, os jacobinos sofreram o golpe do 9 de termidor, no qual a maioria de seus lideres foram executados, o partido jacobino eliminado, e marcou o retorno dos girondinos ao poder. A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país. Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a situação. Este governo ficou conhecido como diretório. Entretanto a falta de apoio dos populares levaram a ascensão do general Napoleão Bonaparte, que pôs fim ao período revolucionário e implantou o consulado (governo no qual 3 cônsulest governavam) e posteriormente se autoproclamou imperador.